quarta-feira, 24 de setembro de 2008

BRASIL

O Brasil espera tua sabia decisão
na hora do teu voto consciente   e
responsável, somente nós podere-
mos escrever a nossa história nes-
momento de luz!
Foto:By:Katia Franke.Todos os Direitos Reservados.
Autora:Sandra W.Tatit.Todos os Direitos Reservados.
LISON.F.R.C.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

QUANDO OS PARENTES INVADEM NOSSA INTIMIDADE


Quando os parentes invadem nossa intimidade
Dr.Flávio Gikovate.
- "Família é pra essas coisas" é um tema perigoso, pois permite que nossa privacidade seja devassada, criando situações embaraçosas e impedindo uma relação mais sadia e madura.
Somos educados para distinguir muito claramente os parentes dos amigos e das pessoas em geral. Desde crianças, aprendemos que a família é composta por criaturas sui generis que terão conosco um nível de relacionamento especial, governado por um código próprio, diferente daquele que empregamos no trato com estranhos. Com esses últimos, temos um relacionamento cordial e mais formal, respeitoso e que pressupõe reciprocidade nas atitudes. Por isso, nos ofendemos rapidamente quando somos invadidos em nossa privacidade. Detestamos nos sentir explorados e reagimos com veemência frente a intromissões indevidas. A tolerância com desconhecidos é relativa e tendemos a evitar novos contatos com aqueles que não agem adequadamente. Às vezes, chegamos a brigar feio: outras vezes, apenas nos afastamos. Tudo depende do temperamento, da situação e também do tipo de pessoa com a qual nos indispomos. Fomos educados para "não levar desaforo para casa".
A coisa é completamente diferente quando a gente se relaciona com parentes, especialmente os mais próximos. Pais, avós, irmãos, filhos, primos e tios diretos, todos se sentem à vontade para falar o que pensam a nosso respeito. Fazem isso sem inibições e, pior, sem ser consultados. A invasão seria absolutamente intolerável se viesse de estranhos ou mesmo de amigos. No entanto, essa devassa à nossa privacidade passa a ser considerada uma "obrigação" do grupo familiar. Ai de nós, se ficarmos ofendidos! Não faltarão recriminações do gênero: "se estou te dizendo essas coisas, é para o seu bem. Sou sua mãe e me sinto com o direito de falar tudo o que eu penso, porque é óbvio que te amo". Há variantes com igual intenção e significado, mudando apenas o grau de parentesco.
Em primeiro lugar, não é tão óbvio que a emoção predominante entre parentes seja o amor. Penso que, em muitos casos, a rivalidade e a inveja predominam entre irmãos, por exemplo, sentimentos positivos são abafados por uma relação tumultuada e por disputas de todo os tipo. Até no "começo dos tempos" tivemos problemas: os dois primeiros irmãos foram Caim e Abel e um matou o outro. Rivalidade e inveja também imperam nas ligações entre pais e filhos, entre mães e filhas. Na maioria das vezes, o amor existe, mas não é a única emoção. Portanto, é arbitrário dizer que os laços que unem os parentes sejam sempre positivos e construtivos. Não ousaria afirmar isso nem mesmo em relação à minha mãe ou ao meu filho. Aliás, as mais importantes descobertas de Freud, tem a ver com a descaracterização do mito segundo o qual a família é um santuário das melhores e mais belas emoções.
Mas um aspecto comum entre parentes diz respeito à facilidade com que uns exigem coisas dos outros. Se nos falta dinheiro e temos que pedir emprestada uma certa quantia para um "estranho", a dificuldade que sentimos é enorme. Agora, se for parente, não experimentamos o mínimo escrúpulo. E se tiver mais dinheiro do que a gente, chegamos a pensar que será "obrigação sua" nos tirar da condição precária na qual nos encontramos. Sim, porque "parente é pra essas coisas". É "óbvio" que pais mais ricos deverão ajudar o filho. Quando a situação se inverte, este manterá pais, avós, além de alguma tia solteirona... Não me parece nada tão claro nem tão óbvio. Acredito mesmo que tais regras - diferente das que orientam as relações em geral - foram criadas por pessoas oportunistas e, portanto, fracas e egoístas. Sua finalidade é comover os parentes mais generosos e transformá-los em provedores de tudo o que lhes falta. É mais fácil e, à primeira vista, mais esperto tirar dos outros o que não se conseguiu por esforço próprio.
"Com os parentes não é preciso ter cerimônia." Também não concordo com essa afirmação. Ofender, brigar e depois fazer as pazes afeta qualquer relação. Deveríamos tratar com cuidados redobrados justamente as criaturas
que nos são mais próximas.
Foto:By:Red Betty Black.Todos os Direitos Reservados.
Texto publicado conforme autorização por escrito do Instituto de Psicoterapia de São Paulo.
LISON.F.R.C.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

DESEJO A VOCÊ

DESEJO A VOCÊ


        Existem poemas que demonstram grandiosa beleza e a profunda sensibilidade de seus autores. Dentre eles existe um que diz o seguinte:

        
Desejo, primeiro, que você ame, e que, amando, também seja amado. E que se não for, seja breve em esquecer. E que, esquecendo, não guarde mágoa.

        
Desejo também que tenha amigos, ainda que maus e inconseqüentes. Que sejam corajosos e fiéis, e que pelo menos num deles você possa confiar sem duvidar.

        
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha adversários. Nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas.

        
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiado seguro.

        
Desejo, depois, que você seja útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

        
Desejo, ainda, que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você sirva de exemplo aos outros.

        
Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais, e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer, e que, sendo velho, não se entregue ao desespero.

        
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor, e é preciso deixar que aconteçam no tempo certo.

        
Desejo, por sinal, que você seja triste, não o ano todo, mas apenas um dia. E que nesse dia descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

        
Desejo que você descubra, com a máxima urgência, acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos e infelizes, e que estão à sua volta.

        
Desejo, ainda, que você afague um gato, alimente um cuco e ouça o João-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal porque, assim, você se sentirá bem por pouca coisa.

        
Desejo também que você plante uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhe o seu crescimento, para que saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

        
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano coloque um pouco dele na sua frente e diga Isso é meu, só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

        
Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você, mas que, se morrer, você possa chorar sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

        
Desejo, por fim, que você, sendo homem, tenha uma boa mulher, e que sendo mulher, tenha um bom homem e que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.

* * *

        Muitas vezes, desejamos que a vida seja feita apenas de coisas que nos parecem agradáveis, esquecidos de que são os obstáculos que nos fortalecem e nos fazem evoluir.

        São as responsabilidades que nos pesam aos ombros que nos mantêm com os pés no chão, e as forças contrárias servem de testes para nossa resistência.

        Assim sendo, só podemos avaliar o valor das circunstâncias pelas lições que nos deixam depois que passam.

        Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em poema do jornalista Sérgio Jockymann, disponível no site: 
http://www.nossosaopaulo.com.br/reg_sp/politicos/b_sergiojockyman.htm
Disponível no CD Momento Espírita, Coletânea v. 8 e 9, ed. Fep.
Em 26.05.2008.


Texto publicado conforme autorização por escrito do M.E.
Foto:Paulo Sergio Sá.Todos os Direitos Reservados.
LISON.F.R.C.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O ATEU

O ATEU


Conta um articulista que um farmacêutico se dizia ateu e vangloriava-se de seu ateísmo. Deus, com certeza, deveria ser uma quimera, uma dessas fantasias para enganar a pessoas incautas e menos letradas.

Talvez alguns mais desesperados que necessitassem de consolo e esperança.

Um dia, no quase crepúsculo, uma garotinha adentrou sua farmácia. Era loira, de tranças e trazia um semblante preocupado. Estendeu uma receita médica e pediu que a preparasse.

O farmacêutico, embora ateu, era homem sensível e emocionou-se ao verificar o sofrimento daquela pequena, que, enquanto ele se dispunha a preparar a fórmula, assim se expressava:

Prepare logo, moço, o médico disse que minha mãe precisa com urgência dessa medicação.

Com habilidade, pois era muito bom em seu ofício, o farmacêutico preparou a fórmula, recebeu o pagamento e entregou o embrulho para a menina, que saiu apressada, quase a correr.

Retornou o profissional para as suas prateleiras e preparou-se para recolocar nos seus lugares os vidros dos quais retirara os ingredientes para aviar a receita.

É quando se dá conta, estarrecido, que cometera um terrível engano. Em vez de usar uma certa substância medicamentosa, usara a dosagem de um violento veneno, capaz de causar a morte a qualquer pessoa.

As pernas bambearam. O coração bateu descompassado. Foi até a rua e olhou. Nem sinal da pequena. Onde procurá-la? O que fazer?

De repente, como se fosse tomado de uma força misteriosa, o farmacêutico se indaga:

E se Deus existir...?

Coloca a mão na fronte e roga:

- Deus, se existes, me perdoa. Faze com que aconteça alguma coisa, qualquer coisa para que ninguém beba daquela droga que preparei. Salva-me, Deus, de cometer um assassinato involuntário.

Ainda se encontrava em oração, quando alguém aciona a campainha do balcão. Pálido, preocupado, ele vai atender.

Era a menina das tranças douradas, com os olhos cheios de lágrimas e uns cacos de vidro na mão.

- Moço, pode preparar de novo, por favor? Tropecei, cai e derrubei o vidro. Perdi todo o remédio. Pode fazer de novo, pode?

O farmacêutico se reanima. Prepara novamente a fórmula, com todo cuidado e a entrega, dizendo que não custa nada. Ainda formula votos de saúde para a mãe da garota.

Desse dia em diante, o farmacêutico reformulou suas idéias. Decidiu ler e estudar a respeito do que dizia não crer e brincava.

Porque embora a sua descrença, Deus que é Pai de todos, atendeu a sua oração e lhe estendeu a Sua misericórdia.

***

No desdobramento de nossas experiências acabamos todos reconhecendo a presença divina. É algo muito forte em nós.

Mesmo entre pessoas consideradas de má vida, e criminosos, encontraremos vigente o conceito.

"A crença em Deus nos dá segurança, com a certeza de que não estamos entregues à própria sorte.

É muito bom conceber que, desde sempre, antes mesmo que o conhecêssemos, Deus já cuidava de nós.

 

(A presença de Deus, cap. 2 e 3)

Texto publicado conforme autorização por escrito do M.E.

Foto:Jon Sullivan.

LISON.F.R.C.